segunda-feira, 26 de setembro de 2011

SRA MERKEL



"Quem não cumprir, tem de ser obrigado a cumprir", declarou a chanceler alemã durante uma entrevista à televisão pública ARD, deixando antever a necessidade de alterar o texto dos tratados europeus para garantir que todos os países da Zona Euro se atenham aos critérios de estabilidade. O Tratado de Maastricht impõe um limite de 3% para o défice orçamental e um limite máximo de endividamento de 60% do PIB aos países da União Europeia
"Mesmo num pacto melhorado, não há instância europeia capaz de tomar medidas fortes se um país não respeitar esse pacto", sustentou a chanceler depois de questionar "que possibilidade há hoje, na Zona Euro, de forçar um país a implementar o que consta e se espera do pacto de Estabilidade e Crescimento?".
Entre as medidas mais gravosas sugeridas por Merkel está a perda de soberania para os países incumpridores. A governante alemã aponta ainda a possibilidade de serem movidos processos no Tribunal Europeu de Justiça contra os prevaricadores.
Com a Grécia a mostrar forte indefinição na luta contra a grave crise que está a afetar as suas finanças e os eleitores alemães a rejeitarem pagar a fatura de Atenas, Merkel tem sido fortemente penalizada nos escrutínios internos.
A chefe do governo alemão vê-se assim obrigada a radicalizar um discurso que caminha na fina linha entre o descontentamento alemão e a apologia da coesão dos parceiros União Europeia, que enfrentam o maior desafio desde a sua criação.
Neste sentido, a chanceler condiciona a permanência dos gregos no Euro a uma avaliação permanente da UE e FMI relativamente ao cumprimento do programa de ajustamento económico desenhado para equilibrar as contas de Atenas. Merkel reiterou ainda a advertência para o que considera ser a situação “muito séria” da crise das dívidas soberanas, alertando para os riscos de contágio da Grécia a países como Portugal e Irlanda.

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