domingo, 28 de julho de 2013

PAULO PORTAS

Agora que parece que o teremos irrevogavelmente de regresso como vice-primeiro-ministro, creio que vale a pena ouvir esta entrevista com Paulo Portas há uns vinte anos atrás, ainda com umas modulações abichanadas no discurso, a fazerem lembrar as (influências?) de Miguel Esteves Cardoso. Mas com algumas declarações bem interessantes, a começar pelo probably inicial a provocar o trocadilho do título que escolhi, um interesse que apenas aumenta quando confrontamos essas declarações com aquilo que hoje sabemos que o futuro lhe reservava a ele e a alguns daqueles que comenta. Paulo Portas já foi aquilo que ali se descreve mas também já o vimos a ser muitas outras coisas, não é em vão que o ouvimos confessar como gosta do lado táctico da política ao mesmo tempo que se apressa a acrescentar que gosta do lado essencial da política. O que ele não diz, mas acrescento eu, fundado na observação de todos estes anos é que, quando os dois lados se antagonizam, ele prefere sempre o primeiro lado... Mas a verdade é que a história deste nosso regime não se virá a fazer das convicções essenciais dos seus protagonistas, antes dos seus tacticismos. E aí, como alguém me observou recentemente, Paulo Portas, como um dos mais habilidosos manipuladores da comunicação social, poderá ser o sonho daqueles que se dispuserem a escrever futuramente a sua biografia lá para meados do Século XXI, uma biografia que será certamente recheada. Actualmente com 51 anos, Portas já tem um passado de notoriedade que é quase metade disso em duração, desde os seus tempos do jornal Independente e, previsivelmente, ainda terá outro tanto para o futuro: apesar do ridículo, haverá um certo consenso que este episódio da recente demissão irrevogável arrisca-se a ser apenas mais uma nota pitoresca numa biografia política já agora recheada de várias notas necrológicas à Mark Twain… Mas haverá quem consiga antecipar o que é que ele poderá dizer numa entrevista daqui por 25 anos?... Fonte:Blogue do Aecio

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