quinta-feira, 25 de julho de 2013

FIGUEIRA DA FOZ

Comparando a Figueira de há umas dezenas de anos atrás com a Figueira de hoje. A Figueira de hoje está diferente (quem é que não está?) mas não está mais triste. Quando a Maria Clara cantou que a Figueira era a rainha, estava o Algarve por descobrir. Descoberto o Algarve, a corrente de veraneio virou-se, naturalmente, para lá. Foi mau para a Figueira? Penso que foi bom. A Figueira adormeceu até à década de 70 à sombra da praia. Entre Aveiro e Leiria, onde a iniciativa industrial preponderou, a Figueira ficou-se nas covas da areia. Dito isto, não nego que continuo a recordar as ondas espraiarem-se até às muralhas do Forte de Santa Catarina onde agora se lembraram de colocar cimento e no cimento montar um espelho de água insossa. Mas o que mais me dói e revolta é o abandono da Serra da Boa Viagem à praga das acácias depois do incêndio que devastou o pinhal. Não me apoquenta a total desfiguração exterior do Casino e do "Pátio das Galinhas", mas considero de muito mau gosto o edifício enorme, ainda em acabamentos, ao fundo da Ponte Galante. A praia, ameaçada pela concorrência do Sul, ficou ainda menos atractiva com o imenso areal retido pelos pontões. Não se pode ter tudo e a Figueira de ontem, tinha muito pouco, tendo apenas a praia, para poder crescer. Sem os pontões, naufragaram muitas embarcações à entrada da barra. Sem o encaixe do rio e o prolongamento dos pontões, o porto não teria a actividade que tem. A Figueira, de onde saí muito jovem porque, ficando lá, o futuro era mais incerto, não é hoje mais triste, muito pelo contrário, que naqueles tempos. Fonte:Blogue Quarta Republica

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