domingo, 29 de abril de 2012

A COESÃO SOCIAL

Explicada a formas de vida inteligente neste belíssimo texto do "António Barreto". Em tudo o que perdemos, em nome do progresso, incluem-se valores e tradições, culturas e liberdades, costumes e sentimentos cuja falta se faz sentir em permanência. A globalização, a metrópole, as massas, a rapidez, o automatismo, a competitividade e a uniformidade geraram valores contrários à comunidade humana, ao pensamento, à qualidade estética, ao brio e à compaixão. Nem sequer a dimensão do que se ganha é suficiente para esquecer o que se perde. Pode até ganhar-se mais, em proporção, do que se perde. Mas o que se perde é, muitas vezes, uma amputação de humanidade e de cultura (...). A coesão social é isso mesmo, o que junta os diferentes, mantendo-os, não os eliminando. A coesão que destrói diferenças, esbate interesses e remove contradições é uma coesão imposta, isto é, uma forma de despotismo. A coesão não implica unanimidade, nem consenso absoluto. Coesão implica justamente a ligação de diferentes. E implica liberdade e direitos humanos que fortalecem a coesão. A solidariedade, a associação e a entreajuda são infinitamente mais fortes quando repousam numa cultura forte de direitos individuais. Por isso sentimos, com razão, que a coesão social é factor a preservar em tempos de crise e transição. Sem coesão, podemos esperar o pior. Com coesão, para a qual devem contribuir cidadãos e autoridades, e empresas, seremos capazes de muito."

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