Entrevista na Pública
Judite de Sousa: banqueiros deram entrevistas para fazer ultimato a Sócrates
04.02.2012 - 23:25
Por Anabela Mota Ribeiro
Judite de Sousa trocou a RTP pela TVI aos 50 anos.
O momento em que José Sócrates se referiu ao seu ordenado, superior ao dele, primeiro-ministro, na encarnação RTP. É directora adjunta de Informação, além de jornalista que faz o que é preciso fazer.
O que fica claro é que é um ciclo, um ciclo muito longo, que se encerra com a saída da RTP. E uma disponibilidade para começar de novo numa fase em que as coisas tendem à estabilização.
Tem razão. Assinei contrato na última semana de Março [de 2011], Portugal é resgatado [pelo FMI e UE] cerca de um mês depois. Estou convencida de que, se a mudança tivesse decorrido algumas semanas mais tarde, a Prisa e a Media Capital não me iriam contratar (…).
Isso ocorreu-lhe quando estava em negociações? A ideia de um resgate já pairava há algumas semanas.
Refere-se às entrevistas aos presidentes dos principais bancos?
Muitas pessoas não perceberam por que é que andava a entrevistar banqueiros todos os dias. A verdade é que as entrevistas foram feitas numa segunda, numa terça, numa quarta e numa quinta; 48 horas depois, o primeiro-ministro estava a pedir ajuda financeira. (…)
A ideia de fazer as quatro entrevistas foi uma espécie de xeque-mate à chegada? Um modo de dizer que era capaz de mobilizar quatro dos homens mais poderosos do país e intervir na cena política portuguesa?
Foi. Foi intencional.
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