quinta-feira, 31 de outubro de 2013

CAMINHOS DO ALÉM

Caminhos do Além: os Mortos na Cidade dos Vivos no Século XVIII por Ana Cristina Araújo Como escreveu Miguel Torga, “O olhar da História petrifica o que vê”. Para o Historiador, a morte, colocada no fio do tempo, é simultaneamente monumento e documento. Inserida num sistema ritual multissecular, a sua representação regista, na sociedade portuguesa do século XVIII, mudanças qualitativas apreciáveis. Os ritos e as atitudes dos crentes denunciam o recuo gradual da pedagogia do medo. Os agentes das novas práticas fúnebres antecipam a imposição social de modelos de celebração memorial mais complexos, de natureza familiar e de acento secularizado. Paralelamente, com o início da campanha a favor da criação de cemitérios públicos, a questão da segurança dos vivos prenuncia a alteração do lugar dos mortos na cidade.

Sem comentários:

Enviar um comentário