sexta-feira, 17 de agosto de 2012

TRABALHAR PARA DESCANSAR


O padre jesuíta Vasco Pinto Magalhães, autor de diversas obras de espiritualidade, considera um erro limitar o número de feriados ou dias de férias para procurar aumentar a produção dos trabalhadores
D.R. | Padre Vasco Pinto MagalhãesTempo livre, tempo de descanso, no comum, férias. O tempo dilatado onde os ponteiros do relógio devem parar para que o equilíbrio seja restabelecido. Um novo fôlego que pode levar à contemplação, criatividade, procura de Deus ou simplesmente ao encontro com o outro. Vasco Pinto Magalhães, sacerdote jesuíta, aborda estes e outros temas, antecipando ainda o seu novo livro, ‘Só avança quem descansa’.
Falar em férias implica falar em descanso. Descanso em Deus ou descanso para Deus?
Vasco Pinto Magalhães (VPM) – As duas coisas. Este é um tema de que gosto muito de falar, porque não é nada um tema lateral. Às vezes pensa-se que se descansa para trabalhar, mas eu penso que devíamos trabalhar para descansar. Aliás, acabo agora de escrever um livro, que ainda não está publicado, que tem o título ‘Só avança quem descansa’.
O tempo de férias pode ser muito ambíguo, porque é uma paragem no trabalho que às vezes visa mais o descanso físico e psicológico do que o descanso espiritual. O que nos descansa é o equilíbrio, a boa consciência e não se pode descansar uma parte sem a outra. Muitas vezes não se descansa nada nas férias porque se está cheio de pressa de fazer coisas e depois é um engano, porque a pressa e o medo ou ansiedade tiram-nos qualquer descanso!
Por isso as férias têm de trazer a calma e a serenidade?
VPM – Sim, e portanto não implicam ter de passar por muitos locais extraordinários - que ajudam, porque somos corporais -, mas trata-se mais de uma atitude interior. Estar descansado é estar em paz, em paz consigo mesmo, em paz com os outros: às vezes pode estar-se descansado com muito trabalho.

FONTE:PROGRAMA ECLESIA,NA 2


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