Quarta-feira, 12 de Janeiro de 2011
Boaventura de Sousa Santos: entre o FMI, a (des)responsabilização e a Europa
Boaventura de Sousa Santos é entrevistado por Maria Leonor Nunes e Luís Ricardo Duarte na edição do Jornal de Letras que saiu hoje, uma peça a não perder. Deixo
FMI - "Agora temos todos os trauliteiros a dizer que venha o FMI, porque nós não nos sabemos governar. Outro dia, num programa televisivo, vi uma série de senhores a falar sobre a tragédia da crise e a impressão que dava é que não tinham cometido nenhum erro, os portugueses é que eram todos um bando de marginais. Mas se eles é que foram ministros, quem são afinal os marginais e incompetentes? Corta o coração ver tanta falta de espelho. Essa gente não sabe perceber que está a menorizar todo um país. E só se preocupam em zurzir no estado social e naqueles que segundo eles não querem trabalhar. Em relação aos mercados, que são os verdadeiros abutres, não dizem nada. Como é possível? Os seus espelhos são os ecrãs dos computadores: só vêem os números."
EUROPA - "Não temos tido capacidade para fazer um constitucionalismo europeu a partir da participação dos cidadãos. E a Europa vai desaparecer como existe actualmente - ou então terá que se aprofundar."
PARLAMENTO EUROPEU - "O Parlamento Europeu terá de ser muito mais forte. Com toda esta crise, praticamente não o temos ouvido. Precisamos de uma maior federalização da Europa. Porque é hoje claro que esta união monetária, sem políticas sociais e fiscais de convergência real, só benficia os ricos. OU seja, a Alemanha ou a França, com os seus bancos e interesses."
Publicada por JRR em 11:32 0 comentários
Etiquetas: Boaventura de Sousa Santos, cidadania, crise, Europa, FMI, Parlamento Europeu, política, sociedade
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