terça-feira, 4 de outubro de 2011

MÉDICOS DA COSTA RICA

Documento em falta impede nove médicos da Costa Rica, colocados no Centro de Saúde de Torres Novas em maio, de atenderem doentes. Mas recebem o salário.

Os nove médicos costa-riquenhos que chegaram a Portugal há quatro meses continuam sem poder exercer medicina por razões "apenas burocráticas", por falta do "documento de reciprocidade", disse à Lusa fonte oficial do Ministério da Saúde.
A mesma fonte explicou que "a Ordem dos Médicos exige a entrega de um documento de reciprocidade", que a Costa Rica nunca chegou a enviar para Portugal. O documento, explicou, permite que os médicos da Costa Rica possam exercer a profissão em Portugal e os médicos portugueses possam exercer na Costa Rica.
"Mas não há médicos portugueses na Costa Rica nem haverá nos próximos tempos", afirmou ainda fonte oficial da tutela.

Números

€64.800
Montante dispendido pelo Ministério da Saúde com os vencimentos dos 9 médicos da Costa Rica que vieram trabalhar para Portugal há quatro meses. Cada médico recebe cerca de €1.800 por mês.
Bastonário acusa Sócrates

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) considera que a responsabilidade pelo facto de nove médicos costa-riquenhos estarem desde maio sem exercer é "dos dois governos" - da Costa Rica e de Portugal -, garantindo "não poder fazer nada".
"A responsabilidade está dos lados dos dois governos porque o documento de reciprocidade depende dos governos. Se a OM pudesse fazer alguma coisa já teria feito e esses colegas já estariam a trabalhar mas a Ordem não pode fazer nada", disse à Lusa o bastonário da OM, José Manuel Silva.
O responsável disse ainda que "todos os colegas provenientes da América Latina apresentaram o documento de reciprocidade - exigido a todos os médicos de fora da União Europeia - rapidamente e sem qualquer problema", não compreendendo "o problema dos colegas da Costa Rica em apresentarem o documento".
Para resolver o problema, José Manuel Silva, que adiantou ainda que "até há pouco tempo o documento de reciprocidade não era o único em falta", entende que é necessária "uma intervenção ao mais alto nível por parte dos dois governos".
Quanto ao facto de os nove médicos da Costa Rica em Portugal desde maio estarem a receber salário mesmo sem exercerem a profissão.

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